Independência dos Estados Unidos

A independência dos Estados Unidos foi a separação política das Treze Colônias da América da sua metrópole, a Inglaterra.

A independência dos Estados Unidos foi declarada em 4 de julho de 1776, quando deputados das Treze Colônias, reunidos no Segundo Congresso Continental, aprovaram a Declaração de Independência. De fato, a independência formal só veio, em 1783, com a de um tratado no qual a Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos, após uma longa guerra.

No século XVIII, as ideias iluministas chegaram às Treze Colônias inglesas da América, criando os primeiros movimentos emancipacionistas. Após a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), na qual os colonos norte-americanos lutaram ao lado da Inglaterra contra a França, a luta por independência ganhou força quando os britânicos aumentaram os impostos e o controle sobre as Treze Colônias. Gradativamente, as tensões entre colonos e ingleses aumentou até eclodir em guerra em 1775.

Com a independência, os Estados Unidos emergiram como o primeiro país independente da América, inspirando diversos movimentos emancipacionistas em todo o continente, inclusive no Brasil. Sua Declaração de Independência é considerada um dos principais documentos criados pela humanidade, sendo pioneiro em estabelecer direitos individuais, como a liberdade de expressão, religiosa e política. 

Leia também: O que foram as Treze Colônias?

Resumo sobre a independência dos Estados Unidos

  • A independência dos Estados Unidos foi declarada em 4 de julho de 1776.
  • A guerra de independência se iniciou por motivos fiscais e políticos.
  • As Treze Colônias declararam a independência durante o Segundo Congresso Continental.
  • Um comitê composto por cinco membros foi o responsável pela produção da Declaração de Independência. Thomas Jefferson foi o seu principal autor.
  • A guerra se encerrou, em 1783, com a do Tratado de Paris.
  • A França, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra, apoiou os Estados Unidos durante a Guerra de Independência.
  • George Washington foi o principal líder militar da Guerra de Independência, sendo o comandante do Exército Continental.
  • Após a independência, os Estados Unidos se tornaram uma república.
  • George Washington foi eleito o primeiro presidente do país.
  • A escravidão não foi abolida após a independência.

Contexto histórico da independência dos Estados Unidos

Pelo Tratado de Tordesilhas, a América do Norte era considerada propriedade da Espanha, mas esta concentrou sua colonização na América Central e na América do Sul. No início do século XVII, os ses iniciaram a colonização do Quebec, no atual Canadá. Também no século XVII, os ingleses aram a povoar a região nordeste do que é hoje os Estados Unidos.

O povoamento inglês na América do Norte deu origem às Treze Colônias, mas estas não foram colonizadas de forma homogênea. Nas colônias do norte, predominou a colonização de povoamento, em que famílias europeias, algumas delas puritanas fugindo das perseguições religiosas no continente de origem, praticavam uma agricultura de subsistência, baseada em minifúndios e na mão de obra livre. Já nas colônias do sul, predominou o sistema de plantation, caracterizado pelos latifúndios, monocultura de exportação e mão de obra escravizada.

Em 1756 eclodiu a Guerra dos Sete Anos, travada entre França e Inglaterra e causada pelas disputas territoriais na América entre as duas nações. Os colonos das Treze Colônias lutaram ao lado dos ingleses, fornecendo tropas, suprimentos e abrigo. A Guerra dos Sete Anos se encerrou com a vitória dos ingleses.

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Causas da independência dos Estados Unidos

A Inglaterra, embora vitoriosa na Guerra dos Sete Anos, saiu com os cofres vazios do conflito. Como solução para a crise, a Inglaterra ou a aumentar o controle e os impostos sobre as Treze Colônias. Em meados da década de 1760, foram criadas a Lei do Selo, a Lei do Açúcar, a Lei da Moeda e a Lei de Aquartelamento, todas elas geraram protestos entre os colonos americanos. Cobradores de impostos e outros funcionários públicos foram atacados, muitas vezes suas roupas eram arrancadas e seus corpos besuntados com piche e penas de aves.

Cobrador de impostos sendo agredido e humilhado pela população no contexto que antecedeu a independência dos Estados Unidos.
Cobrador de impostos sendo agredido e humilhado pela população no contexto que antecedeu a independência dos Estados Unidos.[1]

Em 1773, o Parlamento inglês aprovou a Lei do Chá, garantindo o monopólio do comércio do produto para a British East Indian Company, o que aumentou o custo do produto para os colonos. Em 16 de dezembro, os colonos realizaram a Festa do Chá de Boston, quando invadiram navios da companhia inglesa e jogaram no mar sua preciosa carga.

Em represália à Festa do Chá, o Parlamento inglês aprovou um conjunto de leis que obrigavam os colonos a indenizarem os britânicos, o fechamento do porto de Boston, entre diversas outras imposições que revoltaram os habitantes das 13 colônias. Essas leis foram chamadas por eles de “Leis Intoleráveis”.

Representantes das Treze Colônias se reuniram em 1774, no Primeiro Congresso da Filadélfia, ou Primeiro Congresso Continental. Nele os colonos realizaram diversas reivindicações ao rei George III e ao Parlamento inglês, a maioria delas não foi atendida. No ano seguinte, tropas britânicas foram enviadas aos EUA para desarmarem seus colonos, que decidiram lutar contra os ingleses.

Em 1776 foi realizado o Segundo Congresso Continental, nele as Treze Colônias decidiram pela independência e am a Declaração de Independência, no dia 4 de julho de 1776. A guerra contra os ingleses só se encerrou, em 1783, com a vitória dos colonos.

Guerra da Independência dos Estados Unidos

→ Quem lutou pela independência dos Estados Unidos?

Também chamada de Guerra Revolucionária, a Guerra de Independência dos Estados Unidos contra a Inglaterra ocorreu entre 1775 e 1783.

Em 1773, ocorreu a Festa do Chá de Boston, quando um grupo de colonos jogou a carga de chá inglesa no mar. Diversos outros atritos com autoridades e tropas britânicas aram a ocorrer e o Parlamento inglês declarou Massachussets uma colônia rebelde, enviando em 1775 tropas inglesas que aram a combater grupos de colonos rebeldes, dando início à Guerra de Independência.

Em 14 de junho de 1775, no Segundo Congresso da Filadélfia, foi fundado o Exército Continental, composto por tropas das Treze Colônias. No dia seguinte, George Washington foi eleito por unanimidade para ser o comandante do Exército Continental, posição que ocupou durante toda a guerra. Além dele foram nomeados quatro generais de campo: Artemas Ward, Charles Lee, Philip Schuyler e Israel Putnam; e oito generais de brigada: Seth Pomeroy, Richard Montgomery, David Wooster, William Heath, Joseph Spencer, John Thomas, John Sullivan e Nathanael Greene.

Além do Exército Continental, foram importantes para a vitória dos colonos as milícias, pequenas tropas compostas por colonos, a maioria camponeses, responsáveis por ataques às redes de suprimentos inglesas e atos de sabotagem.

Durante o conflito a França, inimiga da Inglaterra, apoiou as Treze Colônias, inicialmente com o envio de armas, pólvora, munições e suprimentos e, no decorrer da guerra, com envio de tropas terrestres e marinhas. Entre os ses enviados para a América, foi o Marquês de La Fayette que se tornou o mais famoso e célebre por ter conquistado diversas vitórias na América. Ele ainda lutou na Revolução sa, sendo conhecido como o “herói dos dois mundos”.

A Espanha e seus colonos da América também apoiaram as Treze Colônias, também com o objetivo de enfraquecer os britânicos.

Em 19 de abril de 1775, ocorreu a primeira batalha da Guerra de Independência, a Batalha de Lexington e Concord, vencida por uma milícia de colonos que fizeram os ingleses se retirarem da região. A vitória motivou a população, e outros colonos aderiram à luta pela independência. Após a vitória se iniciou a Campanha de Boston, uma grande ofensiva das milícias sobre os ingleses que durou até março de 1776.

Em 27 de agosto, ocorreu a maior batalha da guerra, a Batalha de Long Island. Nela, George Washington liderou o Exército Continental, que contou com cerca de 10 mil soldados que lutaram contra 20 mil britânicos pelo controle de Manhattan. Derrotados, Washington e suas tropas deixaram a ilha.

Em 28 de setembro de 1781, foi travada a disputa decisiva da guerra, a Batalha de Yorktown. O principal comandante britânico, Lord Charles Cornwallis, se entrincheirou dentro do Forte de Yorktown, que foi cercado pelas tropas do Exército Continental e pela marinha sa, que aram a bombardear o bastião inglês. Esgotados pelos bombardeios e pela falta de recursos, os ingleses se renderam em 19 de outubro.

Pintura representando a rendição dos ingleses na Guerra da independência dos Estados Unidos.
Pintura representando a rendição dos ingleses, com bandeira branca, na Batalha de Yorktown.

A derrota em Yorktown marcou o fim da resistência inglesa, que ou a negociar a paz, selada pelo Tratado de Paris de 1783.

Quando foi declarada a independência dos Estados Unidos?

A independência dos Estados Unidos foi declarada em 4 de julho de 1776, quando o Segundo Congresso Continental, composto por representantes das Treze Colônias, aprovou a Declaração de Independência dos Estados Unidos.

Após a aprovação da Declaração de Independência, a guerra contra os ingleses se estendeu por mais sete anos, encerrando-se em 3 de setembro de 1783, quando a Grã-Bretanha assinou o Tratado de Paris, em que reconheceu a independência de sua antiga colônia.

Declaração de Independência dos Estados Unidos

Declaração de Independência dos Estados Unidos.
Declaração de Independência dos Estados Unidos.

A Declaração de Independência dos Estados Unidos é considerada um dos documentos mais importantes da história humana por ter sido o primeiro pelo qual uma colônia se declarou independente, por criar uma nação e por garantir direitos fundamentais de sua população. Inspirada no iluminismo, a Declaração estabeleceu a liberdade de expressão, de imprensa, de crença e de opinião política.

O Congresso Continental nomeou um comitê composto por cinco membros e responsável pela elaboração da declaração. O comitê foi formado por Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, John Adams, Roger Sherman e Robert Livingston. Jefferson redigiu a primeira versão da Declaração, levando-a ao comitê, que realizou modificações no texto.

O Congresso Continental aprovou a Declaração em 4 de julho de 1776 e, no dia seguinte, a versão original foi encaminhada para John Dunlap, o impressor oficial do Congresso. Ele produziu 13 cópias da original, chamadas de “Essex Broadside”, e enviou cada uma delas para uma das Treze Colônias. Atualmente existem 10 dessas impressões, a Declaração original de independência dos Estados Unidos está atualmente no National Archives Building, em Washington.

→ Tradução da Declaração de Independência dos Estados Unidos

A DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno para com as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.

Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e coorganizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e ageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são áveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas colónias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha compõe-se de repetidas injúrias e usurpações, tendo todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados. Para prová-lo, permitam-nos submeter os factos a um mundo cândido.

Recusou assentimento a leis das mais salutares e necessárias ao bem público.

Proibiu aos governadores a promulgação de leis de importância imediata e urgente, a menos que a aplicação fosse suspensa até que se obtivesse o seu assentimento, e, uma vez suspensas, deixou inteiramente de dispensar-lhes atenção.

Recusou promulgar outras leis para o bem-estar de grandes distritos de povo, a menos que abandonassem o direito de representação no legislativo, direito inestimável para eles e temível apenas para os tiranos.

Convocou os corpos legislativos a lugares não usuais, sem conforto e distantes dos locais em que se encontram os arquivos públicos, com o único fito de arrancar-lhes, pela fadiga, o assentimento às medidas que lhe conviessem.

Dissolveu Câmaras de Representantes repetidamente porque se opunham com máscula firmeza às invasões dos direitos do povo.

Recusou por muito tempo, depois de tais dissoluções, fazer com que outros fossem eleitos; em virtude do que os poderes legislativos incapazes de aniquilação voltaram ao povo em geral para que os exercesse; ficando durante esse tempo o Estado exposto a todos os perigos de invasão externa ou convulsão interna.

Procurou impedir o povoamento destes estados, obstruindo para esse fim as leis de naturalização de estrangeiros, recusando promulgar outras que animassem as migrações para cá e complicando as condições para novas apropriações de terras.

Dificultou a istração da justiça pela recusa de assentimento a leis que estabeleciam poderes judiciários.

Tornou os juízes dependentes apenas da vontade dele para gozo do cargo e valor e pagamento dos respectivos salários.

Criou uma multidão de novos cargos e para eles enviou enxames de funcionários para perseguir o povo e devorar-nos a substância.

Manteve entre nós, em tempo de paz, exércitos permanentes sem o consentimento dos nossos corpos legislativos.

Tentou tornar o militar independente do poder civil e a ele superior.

Combinou com outros sujeitar-nos a uma jurisdição estranha à nossa Constituição e não reconhecida pelas nossas leis, dando assentimento aos seus atos de pretensa legislação:

  • para aquartelar grandes corpos de tropas entre nós; 
  • para protegê-las por meio de julgamentos simulados, de punição por assassinatos que viessem a cometer contra os habitantes destes estados;
  • para fazer cessar o nosso comércio com todas as partes do mundo;
  • por lançar impostos sem nosso consentimento;
  • por privar-nos, em muitos casos, dos benefícios do julgamento pelo júri;
  • por transportar-nos por mar para julgamento por pretensas ofensas;
  • por abolir o sistema livre de leis inglesas em província vizinha, aí estabelecendo governo arbitrário e ampliando-lhe os limites, de sorte a torná-lo, de imediato, exemplo e instrumento apropriado para a introdução do mesmo domínio absoluto nestas colónias;
  • por tirar-nos nossas cartas, abolindo as nossas leis mais valiosas e alterando fundamentalmente a forma do nosso governo;
  • por suspender os nossos corpos legislativos, declarando-se investido do poder de legislar para nós em todos e quaisquer casos.

Abdicou do governo aqui por declarar-nos fora de sua proteção e fazendo-nos guerra. Saqueou os nossos mares, devastou as nossas costas, incendiou as nossas cidades e destruiu a vida do nosso povo. Está, agora mesmo, a transportar grandes exércitos de mercenários estrangeiros para completar a obra de morte, desolação e tirania, já iniciada em circunstâncias de crueldade e perfídia raramente igualadas nas idades mais bárbaras e totalmente indignas do chefe de uma nação civilizada.

Obrigou os nossos concidadãos aprisionados no mar alto a tomarem armas contra a própria pátria, para que se tornassem algozes dos amigos e irmãos ou para que caíssem em suas mãos.

Provocou insurreições internas entre nós e procurou trazer contra os habitantes das fronteiras os índios selvagens e impiedosos, cuja regra sabida de guerra é a destruição sem distinção de idade, sexo e condições.

Em cada fase dessas opressões solicitamos reparação nos termos mais humildes; responderam a nossas petições apenas com repetido agravo. Um príncipe cujo carácter se assinala deste modo por todos os atos capazes de definir um tirano não está em condições de governar um povo livre.

Tampouco deixamos de chamar a atenção de nossos irmãos britânicos. De tempos em tempos, os advertimos sobre as tentativas do Legislativo deles de estender sobre nós uma jurisdição insustentável. Lembramos-lhes das circunstâncias de nossa migração e estabelecimento aqui. Apelamos para a justiça natural e para a magnanimidade, e conjuramo-los, pelos laços de nosso parentesco comum, a repudiarem essas usurpações que interromperiam, inevitavelmente, nossas ligações e a nossa correspondência. Permaneceram também surdos à voz da justiça e da consanguinidade. Temos, portanto de aceitar a necessidade de denunciar nossa separação e considerá-los, como consideramos o restante dos homens, inimigos na guerra e amigos na paz.

Nós, por conseguinte, representantes dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, reunidos em CONGRESSO GERAL, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colónias, publicamos e declaramos solenemente: que estas colónias unidas são e de direito têm de ser ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que estão desobrigados de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica e que todo vínculo político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES, têm inteiro poder para declarar a guerra, concluir a paz, contrair alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.

Consequências da independência dos Estados Unidos

A consequência imediata da independência dos Estados Unidos foi a fundação da primeira república independente da América, em 1783, com a do Tratado de Paris.

Originalmente formada por Treze Colônias, os Estados Unidos expandiram seu território para o Oeste, até o Pacífico, conquistando terras indígenas e mexicanas. Com a anexação do Havai e a compra do Alaska, o país ou a possuir os atuais 50 estados, sendo o terceiro maior país do mundo. Os Estados Unidos também se tornaram a maior potência militar e econômica global.

Outra consequência da independência dos Estados Unidos foi sua repercussão política, na Europa e nas Américas, servindo de inspiração para diversos movimentos emancipacionistas e liberais ao longo dos séculos XVIII e XIX, entre eles os movimentos de independência da América Latina e a Revolução sa. No Brasil, a independência dos Estados Unidos inspirou movimentos como a Inconfidência Mineira e a Confederação do Equador.

A escravidão foi outra consequência da independência dos Estados Unidos, não sendo abolida após a emancipação. As diferenças econômicas entre as colônias do norte e do sul também permaneceram, com o norte se tornando uma região industrial ao longo do século XIX, enquanto o sul permaneceu agrário e escravocrata. Essas diferenças levaram à Guerra de Secessão, considerado o pior conflito da história do país.

e também: Como foi a independência do Brasil?

Exercícios resolvidos sobre a independência dos Estados Unidos

Questão 1

(Unioeste)

Tomando como base a citação abaixo: “A história escrita do mundo é, em larga medida, uma história de guerras, porque os Estados em que vivemos nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas pela independência. Ademais, os grandes estadistas da história escrita foram, em geral, homens de violência, pois ainda que não fossem guerreiros – e muitos o foram –, compreendiam o uso da violência e não hesitavam em colocá-la em prática para seus fins”.

KEEGAN, John. Uma História da Guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 399.

Assinale a alternativa CORRETA.

A) A Guerra dos Cem anos foi um conflito ininterrupto ocorrido no século XVI que envolveu duas das principais potências da Europa: Inglaterra e França. O cenário era marcado por fortes crises e pelo crescimento da economia urbana e do comércio.

B) O primeiro conflito bélico que teve proporções globais ocorreu entre 1941 e 1945 e foi chamado de Primeira Guerra Mundial, batizada por seus contemporâneos como “A grande guerra”.

C) O processo de independência dos Estados Unidos ocorreu na virada da década de 1770 para 1780. No Segundo Congresso Continental, ocorrido no dia 04 de julho de 1776, foi aprovada a Declaração de independência.

D) Entre 1965 e 1975 ocorreu a guerra do Vietnã: uma batalha sangrenta e custosa, mas que marcou a maior vitória americana na Ásia durante o século XX e a derrocada do comunismo naquela região do globo.

Resolução:

Alternativa C.

Foi em 4 de julho de 1776 que o Segundo Congresso Continental, do qual participaram representantes das Treze Colônias, que a Declaração de Independência foi aprovada. Ela foi escrita por um comitê composto por cinco pessoas que foram nomeadas pelo Congresso Continental.

Questão 2

(Unesp)

Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo, assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade.

(Declaração de independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.). Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)

O documento expõe o vínculo da luta pela independência das treze colônias com os princípios:

A) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal.

B) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo.

C) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania e de rebelião contra governos tirânicos.

D) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a lutar pela própria salvação.

E) católicos, que justificam a ação humana apenas em função da vontade e do direito divinos.

Resolução:

Alternativa C.

A independência dos Estados Unidos foi inspirada no iluminismo, objetivando ampliar a cidadania e a luta contra o absolutismo. Os principais iluministas foram aplicados na Declaração de Independência e na Constituição do país.

Crédito de imagem

[1] Hood Museum (reprodução)

Fontes

KARNAL, Leandro. História dos Estados Unidos: da origem aos dias atuais. Editora Contexto, São Paulo, 2007.

PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. Editora Atual, São Paulo, 2019.

Ilustração representação a celebração da independência dos Estados Unidos.
No dia 4 de julho, é celebrada a independência dos Estados Unidos, uma das datas mais importante no país.
Publicado por Jair Messias Ferreira Junior

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